- Dilma era tesoureira da VAR-Palmares


Dilma era tesoureira da VAR-Palmares
02 Jul 2012

Presidente cuidava dos recursos financeiros da organização que lutava contra a ditadura. Em relatório de 1970, militares da Operação Bandeirante apontam a ex-militante como peça-chave para se chegar ao comando do grupo. Ela era monitorada constantemente
Josie Jeronimo
Arquivos do Serviço Nacional de Informações (SNI) reúnem relatórios do "estouro de aparelhos da VAR-Palmares" em 1970 que apontam a atuação de Dilma Rousseff como uma espécie de tesoureira da organização em que militava. Ao entrar em imóveis utilizados pela Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), militares da Operação Bandeirante (Oban) relatam ter encontrado armas, munição, um mimeógrafo utilizado para rodar manifestos subversivos, documentos e um organograma que indica a posição que a atual presidente do Brasil e ex-militante Dilma ocupava na organização.
Os documentos, reunidos sob o título Recentes Diligências da Operação Bandeirante, indicam que os militares monitoravam as atividades financeiras de Dilma na VAR-Palmares, em São Paulo. Depoimentos de integrantes da organização e fragmento de relato registrado como de Dilma, quando esteve detida no presídio Tiradentes, indicam que ela era responsável por receber e repassar recursos do comando nacional da Var-Palmares para custear os setores de imprensa, operações, estudantil, operário e inteligência no estado.
Também recebia verbas de integrantes de "expropriação", composto por membros da organização encarregado dos furtos, arrecadação para compor o que era chamado de "fundos para uma revolução popular". Esse montante não passava pelo comando nacional, sendo enviado diretamente para Dilma.
Organograma da VAR-Palmares: Dilma aparece à direita, identificada como Luiza
Transferência
Acompanhando os passos dela, os militares tinham informes que davam conta de sua transferência do Rio de Janeiro para São Paulo, com a missão de coordenar a organização. "Ultimamente, vinha operando na Guanabara. Foi mandada a São Paulo em dezembro de 1969 pelo Comando Nacional da Var-Palmares para reestruturar tal organização subersiva-terrorista." A Oban também tinha o objetivo de chegar ao comando da Var-Palmares por meio da militante. "Dilma Vana Rousseff Linhares, também conhecida pela falsa identidade de Maria Lúcia Santos, condinome Luiza. Membro muito importante da VAR-Palmares. Pertenceu à Colina, veio a São Paulo para reorganizar a Var-Palmares. Ela é o elemento de ligação com o Comando Nacional da VAR-Palmares, de quem recebe dinheiro para custear a subversão na área. Através dela se pretende chegar ao pessoal do Comando Nacional."
Apesar de os principais registros da atuação de Dilma durante o período militar serem de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, outras agências regionais do SNI emitiram informes relatando a influência da militante pelo país. No Arquivo Nacional, há registros das regionais de Recife, Goiânia e Brasília acompanhando os passos de Dilma nos movimentos antimilitares de seus estados.
Informe de 1969 relata reunião que Dilma teria tido com integrantes da VAR-Palmares em Sobradinho "Em junho de 1969, reuniu-se na casa de Carlos Avelino Fonseca Brasil — doutor Chico ou Chiquinho —, localizada próximo ao Hospital da Unidade Integrada de Sobradinho, Brasília-DF, para tratar de assuntos da VAR-Palmares. Nessa reunião estavam, além da nominada, Chiquinho, Ida Rechtaler, Raul do Vale Junior, esposo de Ida, e um funcionário do Incra."
Informantes
Em relatórios de conclusão de Inquérito Policial Militar (IPM), os agentes atribuem o sucesso do estouro dos aparelhos da VAR-Palmares e a desarticulação da organização às informações recebidas de contatos, listados como "informantes". O primeiro contato bem-sucedido apontado pelos militares foi o preso que se tornou amigo de Angelo Pezzuti, ainda na Colônia Magalhães Pinto, em Belo Horizonte. Os militares se gabam de o preso ser um "servidor da polícia" e registram que ele entregou o militante e que enviou bilhetes a Dilma pedindo ajuda para fugir da penitenciária. Em outro IPM, os militares listam nome de sete informantes, entre bancários, médico e funcionários públicos, que teriam ajudado na operação que levou à prisão de militantes, incluindo Dilma Rousseff.  via resenha

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