- Esquadrilha da Fumaça encanta argentinos


Apresentação da Esquadrilha da Fumaça encanta argentinos
Os olhos do piloto argentino Carlos Frigerio se voltaram novamente para céu depois de mais uma manobra dos T-27 Tucano com as cores da bandeira brasileira durante a exibição deste sábado (11/08), na Jornada de Portas Abertas do centenário da Aviação Militar da Argentina, na Escola de Aviação Militar, em Córdoba, na Argentina.
O argentino de 67 anos lembra que a primeira vez em que viu os aviões da Esquadrilha da Fumaça foi em um Domingo Aéreo da Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP). O ano era 1971, o primeiro dos sete no Brasil. Ele dá uma pausa, olha mais uma vez para cima e admite: assistir ao Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) foi como voltar no tempo.
“Quando eu vejo a Esquadrilha sinto vontade de voltar a voar no Brasil. Gostaria de estar com eles neste momento. Parece que estou vendo tudo pela primeira vez”, afirma. Assim como Carlos, muitas pessoas que passaram pelo local, nos dias 11 e 12 de agosto, viram a Fumaça pela primeira vez e tiveram a mesma sensação. 

Depois de uma ausência de seis anos, é a segunda vez que os fumaceiros fazem demonstrações em Córdoba em 2012. Por isso, muitos argentinos não conheciam as manobras com o T-27 Tucano dos pilotos brasileiros. Foi sob aplausos e olhares de surpresa que os sete pilotos abriram a demonstração e pintaram o céu de fumaça com a frase “Feliz Centenário” para a Força Aérea e o povo argentino. 

Salim Almada, de 15 anos, argentino de Córdoba, também foi assistir a Fumaça pela primeira vez. Coincidência ou não com a história de Carlos, o futuro piloto vê o EDA como um grande incentivador para a carreira de piloto, que deseja seguir.

“Eu amo a Aviação e, para mim, é uma oportunidade única assistir a uma apresentação com alto grau de dificuldade. As acrobacias são perfeitas. A partir de hoje, quero ver todas as apresentações”, disse Salim, entusiasmado. 

Entre as cerca de 50.000 pessoas que passaram pelas comemorações do Centenário da Força Aérea Argentina no sábado (11/08) - números da Polícia da Província de Córdoba -  havia brasileiros como Alexsandro Silvério, que estava acompanhado da esposa Zilvane Maria da Silva. Alexsandro mora em Córdoba há dois anos e meio e se sente mais próximo do Brasil quando vê uma demonstração do EDA. 

“Já fui a outras apresentações e assistir a Fumaça aqui é um presente para quem sente tantas saudades do Brasil”, explicou Alexsandro. A sensação foi compartilhada também pela brasileira Marli de Oliveira, que mora em Buenos Aires há doze anos. 

“O meu sonho era conhecer a Esquadrilha da Fumaça. Eu morava em Foz do Iguaçu e só podia ver o grupo pela televisão. Esta é a segunda vez que assisto a apresentação este ano. A primeira vez foi emocionante. Eu ouvi o barulho dos aviões e liguei para casa na mesma hora. Foi como se eu estivesse no Brasil”, conta Marli. 

A exibição do domingo (12/08) foi realizada no Dias das Crianças na Argentina. Muitas famílias levaram os seus filhos para a área do evento. Depois de conhecer o EDA, o entusiamo era tanto que os pequenos não tinham dúvida ao responder que profissão gostariam de exercer.

“Quero ser piloto da Força Aérea da Argentina e voar o avião da Esquadrilha [T-27 Tucano]”, foi a resposta de Helena Pairone, de sete anos, frase repetida muitas vezes por outras crianças. 

Além dos 100 anos da Força Aérea, os argentinos também festejaram a volta da Esquadrilha Acrobática Argentina “Cruz del Sur”. Durante o evento, foi apresentada aeronave IA-63 Pampa II, que será usada pelo piloto número um a partir do ano que vem. Além do EDA, a Esquadrilha de Alta Acrobacia Halcones da Força Aérea do Chile também exibiu seus aviões EXTRA 300 L. 
 A equipe
A rotina dos pilotos da Esquadrilha para a apresentação em Córdoba começou no Brasil, em uma viagem que durou dois dias, com duas paradas, antes de chegar ao destino final. Na cidade argentina, foram duas apresentações à tarde, com um intervalo de três horas. A equipe tem outras atribuições, além das demonstrações com o macacão azul. São pilotos que trabalham em setores como operações, de finanças, de pessoal e de Relações Públicas. Não só os aviadores acompanham a Fumaça. Há uma profissional de Relações Públicas, Tenente Josiane Tortorella, a médica do esquadrão, Capitão Cristiane Pajuaba e os "anjos da guarda", os especialistas que fazem a manutenção das aeronaves. 

O cuidado com a segurança aparece nas inspeções periódicas e de pré-voo e pós-voo dos T-27 Tucano pelos “anjos da guarda”. O briefing dos pilotos precede todas as demonstrações e esta é a hora de repassar os pontos principais e as funções de cada um dos sete integrantes que vão realizar a exibição. 

O Comandante da Fumaça, o Tenente-Coronel-Aviador Wagner de Almeida Esteves, é o piloto número um do EDA. Antes do briefing da primeira apresentação, ele lembrou os pilotos da importância do evento. 

"A FAB é amiga da Força Aérea Argentina e considero este intercâmbio muito importante para os dois países. Vamos mostrar que também estamos muito felizes em participar de um momento tão importante para a Argentina e para a Aviação Militar", lembrou o oficial. 

Os militares também passaram pelo teste de acertar as manobras e agradar o público. A cobrança em uma demonstração no exterior é ainda maior, já que a lembrança de que são da Força Aérea Brasileira está em todo o lugar. Eles levam a imagem do Brasil para muitos que não conhecem o país. Nesta missão, a Fumaça tinha dois pilotos que se apresentavam pela primeira vez no exterior, o Capitão Aviador Marcos Conrado Veiga e o Capitão Aviador João Pivovar. 

O Capitão Conrado foi o piloto precursor da missão, mesmo sendo a primeira exibição internacional. 

“É uma responsabilidade grande representar a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Brasil em Córdoba. Para mim, esta responsabilidade se torna ainda maior, já que é a primeira vez que participo de uma demonstração no exterior”, afirma o Capitão Conrado.

“Uma exibição no exterior é diferente e vimos aqui que o argentino tem um carinho especial pela Esquadrilha da Fumaça e isso aumenta a nossa responsabilidade ao representar o país”, afirmou o Capitão Pivovar, que fez a primeira demonstração internacional no sábado (11/08). “Eu fiz 17 demonstrações e sou um piloto muito novo no grupo”, explicou o militar. A experiência pode ser pouca para um integrante da Fumaça, mas não para a FAB. Um candidato a piloto do EDA passa por um conselho, em que são exigidas 1500 horas de voo, no mínimo, para o futuro fumaceiro. Estas horas podem até triplicar até o final do período em que eles têm de passar no EDA, de quatro anos. 

No final, houve a comemoração com a chegada dos novos pilotos e as despedidas dos que vão partir para outras unidades da FAB pelo país. O Tenente-Coronel Esteves e o Major Alexandre de Carvalho Ribeiro deixam a equipe depois de dois anos. A médica Capitão Cristiane também se despede. Ano que vem, o EDA vai apresentar dois novos pilotos para o público. 

Domingo à noite em Córdoba e chegou a hora de ir embora. Mas o trabalho do EDA não termina. São mais dois dias de viagem e, já em São Paulo, uma nova preparação para o próximo destino, pelo Brasil ou pelo mundo.
Fonte: Agência Força Aérea


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