31/01/2013 - Governo uruguaio troca armas por bicicletas ou laptops escolares


Governo uruguaio troca armas por bicicletas ou laptops escolares

AFP/Ana Ines Cibils Macedo
A campanha “Armas para a Vida” foi projetada pelo governo uruguaio para trocar armas por laptops ou bicicletas para os estudantes. (Foto: AFP/Fred Dufour)
A campanha “Armas para a Vida” foi projetada pelo governo uruguaio para trocar armas por laptops ou bicicletas para os estudantes. (Foto: AFP/Fred Dufour)
Armas para a vida: com esse lema, o governo uruguaio lançará uma campanha para trocar armas por bicicletas ou laptops para estudantes, enquanto aumentará a pena para o porte ilegal de armas e criará o crime de tráfico.
A campanha “Armas para a Vida” propõe uma troca: o cidadão entrega uma arma e recebe outra em troca: uma ‘arma para a vida’, informou o Ministério do Interior em um comunicado divulgado em 29 de janeiro.

Essas “armas para a vida” serão um laptop do Plano Ceibal, versão uruguaia do programa “Um computador para cada criança”, ou uma bicicleta, acrescentou.
Segundo o governo, existe no Uruguai uma grande quantidade de armas de fogo sem registro em poder dos cidadãos. “São essas mesmas armas que, em algum momento e por diversas razões (venda, roubo, etc.), podem terminar ingressando no mercado ilegal de armas ao qual as pessoas que cometem crimes recorrem”, explicou.
Depois desse lançamento, os cidadãos terão um prazo de seis meses para entregar sua arma ou legalizá-la; se não o fizerem, ficarão sujeitos a penas de prisão de um a 12 anos. A pena será maior se a pessoa estiver envolvida com alguma organização criminosa.
Apesar de ter uma tradição de tranquilidade, o Uruguai “é de longe o país mais armado da América e ocupa um dos primeiros dez lugares no mundo” em armas por habitante, declarou à AFP Gustavo Guidobono, presidente da Associação de luta para o desarmamento civil.
Estima-se que nesse país de 3,3 milhões de habitantes exista aproximadamente um milhão de armas nas mãos de civis, sendo que as que estão nas mãos de empresas de segurança, colecionadores ou esportistas são muito poucas, informou, e apenas a metade está registrada.
“São revólveres e pistolas calibre 38, armas convencionais compradas em lojas para a defesa pessoal”, acrescentou Guidobono.
“As pessoas possuem armas por segurança e se não forem recuperadas através da polícia, da justiça ou da imprensa, a campanha será fadada ao fracasso”, previu.
No decorrer deste ano houve mais de 30 assassinatos no país, que sofreu um aumento da violência em 2012, ano que se encerrou com uma cifra recorde próxima aos 290 homicídios, 90 a mais do que no ano anterior e que representa uma taxa de oito homicídios para cada 100 mil habitantes.
 

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