04/04/2013 - EUA protegem ilha no Pacífico com escudo antimísseis



Washington enviará navios ao território americano de Guam, alvo de ameaças norte-coreanas consideradas um "perigo real" pelo Pentágono.

Cláudia Tremsan - Enviada especial, Pyongyang  

O Pentágono anunciou ontem o envio de um avançado sistema de defesa antimísseis balísticos para a Ilha de Guam, no Pacífico. O território americano, assim como o Havaí, foi alvo das ameaças de Pyongyang nas últimas semanas. O reforço militar indica uma mudança na posição de defesa e no planejamento antimísseis dos EUA.
A informação foi divulgada pouco depois de o secretário de Defesa, Chuck Hagel, mencionar um risco areal e claro" vindo da Coreia do Norte. "Algumas das ações que eles tomaram nas últimas semanas apresentam um perigo real e claro", disse Hagel na Universidade Nacional de Defesa, em Washington. "Estamos fazendo tudo que podemos, trabalhando com os chineses e outros para acalmar a situação na península", acrescentou o chefe do Pentágono. Guam está a mais de 3.000 quilômetros da Coreia do Norte, o que a coloca no raio de alcance dos mísseis de Pyongyang.
A Coreia do Norte proibiu ontem a entrada de sul-coreanos 110 complexo industrial conjunto de Kaesong, o único símbolo remanescente de diálogo e cooperação entre os dois países. Cerca de 50 mil norte-coreanos trabalham no local em 123 empresas criadas com investimentos do Sul. O Ministério da Reunificação de Seul disse que 480 sul-coreanos em caminhões de transporte foram barrados na fronteira.
O governo de Pyongyang anunciou que os 861 funcionários do Sul que estavam no local desde o dia anterior poderiam deixar o país. Mas sem substitutos para assumir seus lugares nas linhas de produção, apenas 33 haviam retornado à Coreia do Sul até a noite de ontem.
Idealizado 110 ano 2000 e inaugurado em 2004, Kaesong produziu o equivalente a US$ 470 milhões no ano passado, em fábricas que se beneficiam do baixo custo da mão de obra local.
O complexo foi concebido no melhor momento das relações entre os países, quando o governo de Seul empreendia a chamada "política do sol nascente", que defendia a cooperação como caminho para tornar viável a reunificação pacífica da península.
A estratégia foi revista pela administração conservadora de Lee Myungbak (2008-2013), que abandonou todos os planos de ampliar investimentos no norte depois do naufrágio do navio de guerra Cheonan, em 2010, no qual 46 marinheiros morreram.
O bloqueio aos sul-coreanos foi adotado um dia depois de a Coreia do Norte ter anunciado que reabilitará o reator nuclear e a planta de enriquecimento de urânio do complexo Yongbyon, desativado em 2007 após negociação com os EUA e mais quatro países.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o empresário Lee Eunhaeng disse temer a perda da confiança de seus clientes, que não receberão suas encomendas caso o complexo deixe de funcionar. "Nós vamos acabar arcando com o prejuízo", lamentou Lee. Ele tem uma fábrica de roupas em Kaesong que emprega 600 norte-coreanos com salário mensal médio de US$ 130.
O eventual fechamento de Kaesong será um sinal de que o governo de Pyongyang está disposto a sacrificar os benefícios econômicos do projeto para cortar todos os vínculos com o Sul.
No início de março, a ditadura de Kim Jong-un anunciou que deixaria de reconhecer o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia, há quase 60 anos, bem como os tratados de não agressão firmados com o Sul desde então. / Com Reuters.  fonte: via resenha

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