27/01/2015 - Governo do AM e Exército iniciam programa para levar internet a 52 municípios
Um dos Estados com menor cobertura de
internet do Brasil, o Amazonas inicia este ano um programa arrojado com a
meta de levar banda larga a 52 municípios do interior. Iniciativa do
Governo do Amazonas e do Exército Brasileiro, com parceria de empresas
privadas, o programa “Amazônia Conectada” começa a sair do papel em
março, com obras em Manaus, e prevê a instalação de 7,5 mil quilômetros
de cabos de fibra ótica nos leitos dos rios para interligar as cidades
amazonenses à rede mundial de computadores.
Pelo projeto, serão criadas cinco
“infovias” alcançando municípios das calhas dos rios Negro, Solimões,
Purus, Juruá e Madeira. Em reunião na sede do Governo do Estado, nesta
segunda-feira, 26 de janeiro, o governador José Melo determinou avanço
nos estudos técnicos e na busca por recursos para desenvolver as etapas
do programa. Além de buscar verba do Governo Federal, apoio dos
Ministérios das Comunicações e de Ciência e Tecnologia, emendas
parlamentares e recursos de P&D da Superintendência da Zona Franca
de Manaus (Suframa) também são alternativas para cumprir o plano de
investimentos.
“Esse é um projeto de extrema
importância para o Estado. O melhor caminho é desenvolvê-lo por trechos
estratégicos, isso deve facilitar a obtenção dos recursos. A maior
prioridade é o Alto Solimões, para chegar a Tabatinga, e o Madeira, em
Humaitá, abrir outra vertente de conexão para o Brasil”, disse Melo,
ressaltando que vai convidar as empresas de telefonia que atuam no
Estado para participar do plano. A estimativa é que R$ 1 bilhão seja
necessário para as obras de conexão nos cinco trechos. Além da
infraestrutura, o projeto também pretende criar unidades para gerenciar o
funcionamento e as emergências e incentivar a formação de pessoal
especializado para a área.
Em um primeiro momento, a internet
chegará às unidades do Exército, governo estadual, municipal e federal, o
que vai melhorar a prestação de serviços e a segurança de dados
nacionais. Hoje, toda a internet nessas cidades é via-satélite, o que é
mais caro e de baixa qualidade. De acordo com o general Delcídio de
Medeiros Sales, chefe do Centro Integrado de Telemática do Exército, com
a infraestrutura, serão desenvolvidos projetos para oferecer internet à
população e haverá as condições favoráveis para a exploração comercial.
Início das obras – O
primeiro trecho entra em obras em março em Manaus, interligando unidades
militares do Comando Militar da Amazônia (CMA). De acordo com o general
Sales, a ligação entre Tefé e Coari, um investimento de R$ 15 milhões,
já tem os recursos assegurados e o lançamento é previsto para o mês de
outubro. A partir de Coari, a ligação até Manaus será feita via
gasoduto, onde o governo estadual e a Telebrás têm parceria em curso
para infraestrutura de internet.
Além de novos investimentos, o projeto
também vai se integrar a estruturas já existentes. O gasoduto
Coari-Manaus é um exemplo. Além disso, o Governo Estadual finaliza
tratativas com a Telebrás para atender com internet as cidades na área
de abrangência do Linhão de Tucuruí, beneficiando municípios da calha do
rio Amazonas. Outros seis municípios serão contemplados com recursos do
programa “Cidades Digitais”, do Ministério das Comunicações. O Exército
também planeja compartilhar as redes que possui em Tefé, Tabatinga, São
Gabriel da Cachoeira, Humaitá e Barcelos, disse o general Sales.
Segundo o gerente técnico da Prodam,
Guilherme Moraes, o Plano Nacional de Banda Larga também deve beneficiar
o Estado. Atualmente, Manaus possui ligação para o restante do Brasil
via Linhão de Tucuruí, com a infraestrutura disponibilizada para
transmissão da Copa do Mundo. Dos municípios da região do Gasoduto
Coari-Manaus, Iranduba e Manacapuru já estão ligados e o governo toca
obras em Caapiranga.
O programa “Amazônia Conectada” envolve o
Exército Brasileiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, a
Empresa de Processamentos de Dados do Amazonas (Prodam), o Instituto de
Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), a Universidade do Estado do
Amazonas (UEA) e a empresa Padtec.
Comentários
Postar um comentário