19/10/2015 - Lições que ficaram
Os últimos dias foram de bastante trabalho na área da Segurança Pública. Todos os seus operadores, independentemente do cargo ou função, estiveram envolvidos no processo de superação da crise.
Abnegados e comprometidos, deram mostras de que estão sempre
dispostos a servir a população acreana, não importam o momento e a hora,
e tendo como baluarte a legalidade e o respeito à dignidade da pessoa
humana. Nas palavras do arcebispo emérito de São Paulo dom Paulo
Evaristo Arns, “toda crise é momento de mudanças qualitativas”. De fato,
assim ocorreu.
Foram dias intensos, de instabilidade e até de medo generalizado,
mas, com a união de todos, os obstáculos foram sendo superados. Muitas
lições ficaram e nos engrandecem como profissionais e cidadãos. Inegável
admitir que tivemos perdas e desgastes inerentes ao momento.
Infelizmente, os envolvidos no episódio inicial foram a óbito em função
de ação desencadeada no estrito cumprimento do dever legal. Muitas
pessoas tiveram perdas patrimoniais decorrentes da ação das facções
criminosas. Os prejuízos poderiam ter sido bem maiores não fosse a
atuação quase imediata das forças de segurança no cumprimento de sua
função constitucional.
De tudo isso, em que saímos ganhando? Ficou patente que os aparelhos
de segurança se uniram: a prefeitura contribuiu, as forças federais
estiveram presentes e, junto com as instituições estaduais, irmanadas,
combateram o bom combate. A tranquilidade somente retornou com a atuação
firme diante da criminalidade e com a presença maciça das forças
policiais nas ruas.
A inédita instalação do Gabinete Integrado de Gerenciamento de Crises
demonstrou o elevado grau de profissionalismo que pauta o Sistema
Integrado e as instituições parceiras.
Fórum de planejamento, de tomada de decisões, de acompanhamento e de
constante avaliação das ações, o Gabinete de Crises evidenciou ser uma
política pública apropriada para o comando de situações limite na área
da segurança.
A participação do governador Tião Viana na liderança da articulação
com os órgãos federais para a transferência dos presos, com o
posicionamento intransigente em relação ao crime e no reforço logístico
propiciado, foi fundamental para a obtenção dos resultados positivos.
Assim como o Exército, que, mesmo em tempo de paz, precisa estar
permanentemente preparado para a guerra, as forças policiais precisam
estar alerta para se antecipar ao crime. Nesse sentido, importante
salientar o trabalho silencioso e eficiente dos serviços de
inteligência.
Investir sempre mais nessa área deverá ser nosso “dever de casa” para
que eventos dessa magnitude não se repitam. E o que dizer da
assustadora quantia de celulares apreendidos dentro do sistema
prisional? Levianos seríamos se defendêssemos que isso é natural e que
faz parte da rotina. Evidente que processos precisam ser revistos,
estruturas organizacionais, depuradas e investimentos, realizados. Esse
diagnóstico já foi produzido e, em breve, dando o pontapé inicial de uma
série de medidas, o governo do Estado estará entregando equipamentos de
monitoramento e segurança, além de inaugurar estruturas para o
recebimento de presos.
Necessário se faz agradecer aos que participaram direta ou
indiretamente de todo esse processo, em especial a todos os órgãos
integrantes do Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), à Força
Nacional de Segurança Pública, ao Exército Brasileiro (4ºBIS), à Polícia
Rodoviária Federal, à Polícia Federal, aos Gabinetes Militares do
Estado e do Município e a todos os órgãos de comunicação social, sem
esquecer a população, que compreendeu o momento, confiou na nossa
atuação e nos apoiou incondicionalmente.
O Poder Judiciário e o Ministério Público foram igualmente
fundamentais na promoção ágil dos trâmites judiciais. Todos, em sua área
de atribuição, foram imprescindíveis para a retomada da paz e da ordem
pública em Rio Branco.
Por fim, forçoso dizer que, em se tratando de Segurança Pública,
capacidade técnica, comprometimento institucional e compromisso com a
legalidade e com a ética são atributos essenciais ao bom profissional.
Das crises tiramos lições e das dificuldades buscamos oportunidades de
crescimento.
Estamos conscientes de que a missão de promover segurança pública
deve estar orientando nosso dia a dia. Com planejamento, serenidade e
permanente vigilância, certamente estaremos contribuindo para melhorar a
qualidade de vida da população acreana.
Emylson Farias da Silva, secretário de Segurança Pública-agenciaac
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