26/10/2015 - Brasil deixará Haiti em 2016: 'Serei o último a partir', diz general
"Em outubro de
2016, as últimas tropas da ONU vão partir do Haiti. Vou ficar para o
último avião e encerrar a missão militar", afirma à BBC Brasil o general
brasileiro Ajax Porto Pinheiro, que assumiu há cerca de dez dias o
cargo de comandante-geral das forças da ONU no país caribenho e
coordenará no próximo domingo a segurança das eleições presidenciais
haitianas.
O Conselho de Segurança da ONU determinou neste mês que
a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti)
termine no dia 15 de outubro de 2016, ocasião em que a comunidade
internacional espera que um novo presidente haitiano já esteja exercendo
seu mandato.
O Brasil comanda o setor militar da missão desde seu
início em 2004. Até agora, o governo brasileiro previa que seus 850
militares começassem a voltar para casa em algum momento no ano que vem.
Mas uma data oficial não havia sido estabelecida.
Até outubro de
2016, a missão será mantida com o efetivo de hoje: 2.370 militares de 19
países. Apenas uma crise muito grave ou uma catástrofe podem alterar
esse cronograma. Só que isso já aconteceu antes no Haiti.
No
início de 2010, a ONU previa a retirada total de suas tropas em meados
de 2011. Porém, no dia 12 de janeiro, um megaterremoto irrompeu
praticamente na superfície da capital Porto Príncipe. Centenas de
milhares de pessoas morreram e 1,5 milhão ficaram instantaneamente
desabrigadas.
Os planos foram, então, alterados de forma radical, e
a missão quase dobrou em tamanho. Além de fornecer ajuda humanitária, a
ONU auxiliou na reconstrução do país e de suas instituições, como a
polícia e o Judiciário, que perderam mais da metade de seus membros no
terremoto.
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