06/12/2015 - TJ vai decidir se acusada de matar filho autista no Ceará vai a júri popular

Cristiane passa a ser suspeita de matar o filho e tentar matar o ex-marido (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

 Cristiane Coelho foi denunciada por homicídio triplamente qualificado.

TJ vai decidir se acusada de matar filho autista no Ceará vai a júri popular.

Ela é acusada de assassinar o filho de 9 anos e por tentar matar o ex.

Verônica PradoDo G1 CE.
Cristiane passa a ser suspeita de matar o filho e tentar matar o ex-marido (Foto: TV Verdes Mares).
Vai ser julgado pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) o recurso da defesa de Cristiane Renata Coelho contra a sentença de pronúncia que decidiu que ela será levado a júri popular. Cristiane Coelho é  acusada de ter matado o filho de 9 anos e de tentar matar o então marido e pai da criança, o subtenente do Exército Francileudo Bezerra Severino.
A sentença de pronúncia decide que existem indícios de um crime doloso contra a vida, que o acusado pode ser o culpado e que o processo será julgado por um tribunal do júri e não por um juiz sozinho.
Os crimes ocorreram na madrugada do dia 11 de novembro de 2014, na casa onde a família morava, no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza. O subtenente do Exército Francileudo Bezerra e seu filho Lewdo Bezerra ingeriram veneno para rato, conhecido popularmente como “chumbinho”.
O subtenente chegou a ser apontado como suspeito de homicídio, porque, na madrugada do crime, a mulher contou à polícia que ele tinha matado o filho com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. Mas a suspeita foi descartada após a conclusão do laudo toxicológico que encontrou o veneno no pai e no filho.

Cristiane foi indiciada por homicídio triplamente qualificado e por tentativa de homicídio. O pai ficou em coma por uma semana, mas se recuperou. Recuperado e sem apresentar sequelas do envenenamento, o subtenente Francileudo Bezerra Severino conseguiu, na Justiça, a guarda do filho mais novo. Ele continua morando em Fortaleza e voltou às atividades no Exército Brasileiro. Cristiane segue detida no Presídio Feminino Auri Moura Costa, em Itaitinga, na Grande Fortaleza.
Segundo Promotor de Justiça Humberto Ibiapina, da 3ª Vara do Júri, a defesa de Cristiane argumentou no recurso que existem falhas no processo e que a autoria do crime não está devidamente demonstrada, o que foi contestado pelo Ministério Público e pelo advogado de Francileudo Bezerra, Walmir Medeiros. A expectativa é de que a apreciação do recurso pelo TJ ocorra no segundo semestre de 2016.
“Esse julgamento [do recurso] só deve ocorrer em seis a oito meses. Mas, se não houver recurso ao STJ [Superior Tribunal de Justiça], é possível que ela [Cristiane Bezerra] seja julgada ainda em 2016”, diz Humberto Ibiapina.
Noite do crime
O caso ocorreu na madrugada do dia 11 de novembro de 2014, no Conjunto Napoleão Viana, no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza. Na madrugada do crime, Cristiane Renata Coelho contou à polícia que o marido tinha matado o filho Lewdo Ricardo Coelho Severiano, de 9 anos, com tranquilizantes e tentado se matar, além de agredi-la. O casal vivia junto há treze anos.
De acordo com o primeiro depoimento da mulher do militar, o marido obrigou que ela e o filho ingerissem tranquilizantes com objetivo de matá-los e, em seguida, tentou suicídio com remédios. O laudo toxicológico no corpo do menino indicou que ele morreu por ingestão de veneno de rato. O subtenente foi preso em flagrante e levado para o Hospital do Exército, em Fortaleza, onde ficou em coma por uma semana.

Mensagem em rede social
No perfil do militar no Facebook, foi deixada no dia do crime uma mensagem, apagada posteriormente, que dizia: "Té vendo essa mulher linda me pediu o divórcio. (...) Temos 2 filhos especiais vou levar um comigo obriguei ela a beber vinho com seus tranquilizantes p dormir e n vê o q vou fazer (sic)", disse. Em seguida, o subtenente pede perdão por matar o próprio filho. "Me perdoem família mas a carga ta grande demas e n aguento mais sfrer calado vendo essa mulher se anular a 10 ans (sic)".
Em depoimento ao Delegado Wilder Brito, do 16º Distrito Policial, a então mulher do subtenente disse que foi agredida e depois obrigada a tomar comprimidos tarja preta com vinho. Segundo ela, o subtenente também obrigou o filho a tomar os remédios. No depoimento, Cristiane disse que desconhecia as razões que levaram o marido a cometer o crime. O depoimento contradisse com o laudo divulgado pela Polícia Civil, que apontou envenenamento por "chumbinho", como é conhecido o veneno para ratos, e não uso de medicamentos, como afirmou a mãe.

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